quinta-feira, maio 24, 2007

Não, querido blog, eu não esqueci de você.

É apenas a falta de tempo e os projetos múltiplos que me condenam. Mas essa semana recebi algo deveras interessante.


Podem até dizer que é lugar comum. Mas comum a quem?

Um grande abraço daquele que junta palavras para tentar entender o mundo aqui contigo,

ALE!

* O cartão veio daqui.

sexta-feira, maio 04, 2007

Tio da pamonha abre barraca no Second Life.
>> Artigo meu publicado hoje no Blog da Rua. Obrigado Chenque'Onnery e André Martins.

Começo esse post pedindo desculpa aos leitores pela falta de criatividade do título. É que ele é bem representativo do que estamos vivendo agora.

Falando em representação, o que é mesmo Second Life? Todo mundo fala, mas poucos se arriscam a definir. É só olhar para o logotipo.


Um olho na palma de uma mão. Uma clara referência aos sentidos do tato e da visão. Mas não é a mão que a gente usa pra controlar o mouse?

Que tal uma segunda vida, mediada pelo computador, onde mundo é totalmente criado pelo poder imaginativo?

Second Life é isso e mais que isso.

Conceitualmente é um mundo virtual que propõe uma interface com a qual os jogadores, ou residentes, podem interagir como se estivessem no mundo real.

Tecnologicamente é um MMORPG, um RPG on-line multi-usuário. Matrizes processadas por servidores que geram imagens traduzidas por um programa no computador de casa usuário, o Client Program.

Foto de um avatar na Paris de 1900

Filosoficamente, não só um mundo virtual on-line onde todo o conteúdo é criado pelo usuário, mas também a oportunidade de simular como seríamos se tivéssemos feito outras escolhas, sido outras pessoas e vivido em outros lugares. A oportunidade de nos atualizar sendo virtualmente o que não fomos, interagindo com representações de lugares que fogem à idéia de espaço-tempo normal.


Vide Anshe Chung, a primeira milionária virtual. Milionária também
em outros mundos virtuais, apenas em Second Life conseguiu converter o dinheiro para sua conta bancária através de especulação imobiliária virtual. Proprietária de várias ilhas possui e estúdio de construção virtual que já emprega 30 pessoas.


Como todo mundo sabe muitas empresas brasileiras e estrangeiras têm promovido ações do mundo real para o virtual através de Second Life. A TAM (Berrini 86,129,26), a Reuters (Reuters 126,100,25); a Fecomercio (Berrini 115,156,23); e o Unibanco (Brasil Sp Jardins, 128,160,26); entre outras.


E até ações do mundo virtual para o real como a da rede de hotéis americana Starwood Hotels que abriu projetos de hotéis para pedir a opinião dos residentes sobre como eles se sentiam nesses ambientes, principalmente no que concerne a decoração e design (Aloft Island 128,128,0 - entrada por Argali 98,241,37) .

Aloft Island

Contudo, entretanto, todavia (e uso sim três conjunções para explicitar a adversidade), são poucos os que percebem a vida como ela é, virtualmente também, e muitos os que querem faturar com a novidade. Não que estejam errados, mas vamos faturar com conteúdo genuíno, certo?

No último dia 23, depois de muitas promessas e muitas prorrogações entrou no ar algo que não existe: o Second Life Brasil, da Kaizen Games e do iG.


Os caras colocaram no ar uma pseudo-versão brasileira cheia de ilhas com representações de lugares do Brasil e muitos problemas:



1 – Um client porcamente traduzido. Disseram que iam disponibilizar o software necessário para se jogar SL totalmente em português, mas não. Tanto que dá na mesma entrar no client oficial e alterar o idioma, em Edit e Preferences. Reiniciando já está em Português.

2 – A promessa de alguns servidores no Brasil, o que diminuiria o LAG, atraso entre os mundos real x virtual, o tempo entre os usuários fazerem as ações e elas aparecerem para os outros usuários. Obviamente que estamos falando de microsegundos.


3 – A criação do Kaizen Cash. Uma moeda que não é a do Second Life mas através da qual se pode comprar Linden dólares, essa sim a moeda oficial.


E ainda pior que tudo isso, é a confusão que se faz entre anunciantes e usuários em qualquer lugar que se vá. Na home do portal Second Life Brasil mesmo, isso fica claro.


Em um único bloco de links estão informações de cadastro, de compra de Linden Dólares, de abertura de negócio em SL com a ajuda de consultores “com todo o know-how necessário”, e de “oportunidade de mídia para você atingir seu público-alvo!”.


É o jeitinho brasileiro de pensar a curto prazo. Que graça tem entrar num mundo virtual absolutamente igual o real cheio de outdoors? Em vez disso porque não criamos novas experiências que possam enriquecer as marcas e o mundo real ?

Uma das praias das ilhas criadas pela Kaizen

Se pelo menos o tio vendesse uma pamonha personalizada onde a gente pudesse por a cara de alguém, rs.

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=799
http://en.wikipedia.org/wiki/Anshe_Chung
http://www.secondlifebrasil.com.br/
http://www.secondlife.com
http://www.meiradarocha.jor.br/index.pl/o_mito_do_virtual

***Obrigado, Wendel Butuzowa.


*Player em inglês não quer dizer apenas jogador, mas também ator, participante de um jogo.
"Para você, que assim como eu, está envolvido pelo campo publicitário."

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